sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Disseram-me 'a pouco que nao tenho escrito com a mesma frequencia. Bem, cá vai mais um bocado do que tenho vomitado em forma detexto ultimamente.
Muito sinceramente, nao percebo o titulo que dei ao desabafo...enfim, pode ser que daqui a alguns anos, como o peso dos números que me vem sido acumulados
nas costas, eu venha a descobrir ( o mais certo é que nao).

Anexo explicativo

Odiava, nao acima de tudo, por dessa maneira as coisas seria até desonesto em relaçao aos meus outros objectos de odio, as passagens de ano. Os acontecimentos
teimavam em tomar SEMPRE o mesmo rumo e, curiosamente, pela mesma ordem : eles eram planos antecipados,obviamente irrelizaveis; alguns que já fariam
sentido;planos de última hora; planos sobre planos - e como nao é de espantar, também alguns sob os que vinham sobre (vá, riam, uma piada inteligente). Apesar
deles todos, nada nunca saia como "planeado"... como disse, sempre o mesmo rumo: ora sentava-me, ora levantava-me, ora sentava-me, ora levantava-me num embalo
frenético e insano. Podia ser que essa nao corresse mal como as outras 15, as quais a memória ainda nao me baniu de recordar.
Dei-me conta e o pesadelo tinha passado, era dia primeiro de Janeiro de 2012. Perfeito, sobrevivera a mais uma sozinha, como quem diz, com as minhas paranoias e demonios.
"O mundo nao acabou", pelo que via, o que eu somei a um gozo imenso de poder sair a gabar-me que bem tinha dito que "o calendário Maia ou falhara ou fora
mal interpretado" (chama-se ego). Sim, tudo isso era verdade, mas também nao era mentira que nenhum calendário que me tivesse passado pelas maos tinha previsto
um eclipse do Sol. Rumores baseados num imaginario mais selvagem envolvendo conspiraçoes da Nova Ordem Mundial - seja lá o que isso for- e de outras ordens de
marçonicas que vinha ouvindo; os discursos religiosos que inundaram os tablóides, jornais "mais sérios", rádios e canais de televisao, de certo modo, nao aparentavam tao
desparatados. Afinal, a minha veia ateia havia sido traida. Era oficial, o meu juizo colapsara, o que numa linguagem corrente significa mais ou menos que eu tinha mesmo
ficado doida. Decidi radicalizar : "fiz essa", ou melhor, "essas" e estive dois dias, entorpecida, filosofando sobre o sentido da vida e por que raios ainda existem shampoos
que ardem nos olhos quando os laboratorios quimicos, aparentemente, já descobriram como se verem livres desse efeito colateral. A ciencia nao prevera o acontecimento
que já durava tres dias.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Terra varonil
que por acaso alguem viu
num lindo dia de Abril
pátria que nos pariu
teus amantes so querem pernil
mae gentil
quem te cagou, quem te cospiu
essa grandeza de nada serviu
desdentada e juvenil
entre outras mil
és tu
belo covil de ladroes

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Hino dos Comedidos

Não me agradam esse homens
bem fracionados no tempo,
cedendo-se amavelmente
em todas as ocasiões
e mais também não me agradam
os partidários tão vários,
de toda moderação.
Vou passando bem distante
desses homens comedidos
deses homens moderados.

Antônio guarda seu vinho
muito mais de vinte anos
para bebê-lo mais velho
Clara não estréia o vestido
quer outra oportunidade.

Os noivos em castidade
bem além de doze anos
ainda apregoam o amor.

Os homens de ferro hoje
só sabem anunciar
uma mensagem de espera.
Aguarda a felicidade,
Vê o momento oportuno,
Não penses nunca em amor
Nem sejas tão ansioso,
resiste à melhor viagem
desconhece a emoção.

O hino dos comedidos
de todos bem fracionados
a humanidade invadiu.
Desejam oportuníssimos
Sempre expelindo relógios
aguardam os melhores instantes
subdivididos em prazos
doutrinam sincronizados
Sofrendo convencionais
Apenas grandes tristezas
Creditadas nos jornais.

Eu? Eu já sou diferente.
Não sei viver minha vida
entoada nesse hino
Esterelizada em prazos
De regras universais.
Não me situo na espera
E por profissão de fé
Acredito em circunstância
Acredito em vida intensa,
Acredito que se sofra,
mesmo muito, por amor.

Adeus homens moderados,
Adeus que sou diferente.
Compreendo a mulher que rasga
as vestes em grande dor
e sinto imensa ternura
pelo homem desesperado.

(Lupe Cotrin)

terça-feira, 26 de julho de 2011





E se nada acontecer?

Se os rostos deformados e os mendigos, os olhos famintos e as mãos que interrogam, a carne que sangra e afoga os desejos;

Se tudo isso se transformar em cinza e ausência e a vida acenar ainda?

E se o silêncio pesar sobre o grito de angústia, se a esfinge recolher seu sorriso transfigurado, se todos os sonhos forem abortados... e se nada acontecer? E se tudo isso não tiver a menor importância?

Sobre o autor:
Antônio Pinto de Medeiros Filho nasceu em Manaus e morou no Rio Grande do Norte. Formou-se em Direito, mas não exerceu a profissão, pois tinha vocação a literatura.
Eu vivo em tempos sombrios.
Uma linguagem sem malícia é sinal de
estupidez,
uma testa sem rugas é sinal de indiferença.
Aquele que ainda ri é porque ainda não
recebeu a terrível notícia.

Que tempos são esses, quando
falar sobre flores é quase um crime.
Pois significa silenciar sobre tanta injustiça?
Aquele que cruza tranqüilamente a rua
já está então inacessível aos amigos
que se encontram necessitados?

É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver.
Mas acreditem: é por acaso. Nado do que eu faço
Dá-me o direito de comer quando eu tenho fome.
Por acaso estou sendo poupado.
(Se a minha sorte me deixa estou perdido!)

Dizem-me: come e bebe!
Fica feliz por teres o que tens!
Mas como é que posso comer e beber,
se a comida que eu como, eu tiro de quem tem fome?
se o copo de água que eu bebo, faz falta a
quem tem sede?
Mas apesar disso, eu continuo comendo e bebendo.


Eu queria ser um sábio.

Nos livros antigos está escrito o que é a sabedoria:
Manter-se afastado dos problemas do mundo
e sem medo passar o tempo que se tem para
viver na terra;
Seguir seu caminho sem violência,
pagar o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, mas esquecê-los.
Sabedoria é isso!
Mas eu não consigo agir assim.
É verdade, eu vivo em tempos sombrios!

II

Eu vim para a cidade no tempo da desordem,
quando a fome reinava.
Eu vim para o convívio dos homens no tempo
da revolta
e me revoltei ao lado deles.
Assim se passou o tempo
que me foi dado viver sobre a terra.
Eu comi o meu pão no meio das batalhas,
deitei-me entre os assassinos para dormir,
Fiz amor sem muita atenção
e não tive paciência com a natureza.
Assim se passou o tempo
que me foi dado viver sobre a terra.

III

Vocês, que vão emergir das ondas
em que nós perecemos, pensem,
quando falarem das nossas fraquezas,
nos tempos sombrios
de que vocês tiveram a sorte de escapar.

Nós existíamos através da luta de classes,
mudando mais seguidamente de países que de
sapatos, desesperados!
quando só havia injustiça e não havia revolta.

Nós sabemos:
o ódio contra a baixeza
também endurece os rostos!
A cólera contra a injustiça
faz a voz ficar rouca!
Infelizmente, nós,
que queríamos preparar o caminho para a
amizade,
não pudemos ser, nós mesmos, bons amigos.
Mas vocês, quando chegar o tempo
em que o homem seja amigo do homem,
pensem em nós
com um pouco de compreensão.

Bertolt Brecht





Cartilha de guerra alemã
O pintor fala da grande época por vir

As florestas ainda crescem.
Os campos ainda produzem.
As cidades ainda existem.
Os homens ainda respiram.

Quando o pintor fala sobre a paz através dos alto-falantes

Os trabalhadores de construção olham para
As auto-estradas e vêem
Cimento espesso, próprio
Para tanques pesados.

O pintor fala de paz.
Aprumando as costas doloridas
As mãos grossas em tubos de canhões
Os fundidores o escutam.

Os pilotos dos bombardeiros
Desaceleram os motores e ouvem
O pintor falar de paz.

Os madeireiros param no silêncio dos bosques
Os camponeses deixam de lado o arado e colocam a mão atrás do ouvido
As mulheres que levam a comida para o campo se detêm:
No terreno revolvido há um carro com amplificador. De lá se ouve
O pintor pedir paz.

Os de cima dizem: guerra e paz

São de substância diferente
Mas a sua guerra e a sua paz
São como tempestade e vento.

A guerra nasce da sua paz
Como a criança da mãe
Ela tem
Os mesmo traços terríveis.

A sua guerra mata
O que a sua paz
Deixou de resto.

No muro estava escrito com giz:

Eles querem a guerra.
Quem escreveu
Já caiu.

Os de cima

Juntaram-se em uma reunião.
Homem da rua
Deixa de esperança.

Os governos
Assinam pactos de não-agressão.
Homem da rua
Assina teu testamento.

Quando os de cima falam de paz

A gente pequena
Sabe que haverá guerra.

Quando os de cima amaldiçoam a guerra
As ordens de alistamento já estão preenchidas.

A guerra que virá

Não é a primeira. Antes dela
Houve outras guerras.
Quando a última terminou
Havia vencedores e vencidos.
Entre os vencidos o povo miúdo
Sofria fome. Entre os vencedores
Sofria fome o povo miúdo.

Os de cima dizem que no exército

Reina fraternidade.
A verdade disso se percebe
Na cozinha.
Nos corações deve haver
O mesmo ânimo.
Mas nos pratos
Há dois tipos de comida.

No momento de marchar, muitos não sabem

Que seu inimigo marcha à sua frente.
A voz que comanda
É a voz de seu inimigo.
Aquele que fala do inimigo
É ele mesmo o inimigo.

General, teu tanque é um carro poderoso

Ele derruba uma floresta e esmaga cem homens.
Mas tem um defeito:
Precisa de um motorista.

General, teu bombardeio é poderoso.
Ele voe mais veloz que um vendaval e carrega mais carga que um elefante.
Mas tem um defeito:
Precisa de um engenheiro.

General, o homem é muito útil.
Ele pode voar e pode matar.
Mas tem um defeito:
Pode pensar.

Quando a guerra começar

Seus irmão se transformarão talvez
De modo que seus rostos não serão reconhecíveis.
Mas vocês devem permanecer os mesmos.

Eles irão à guerra, mas
Não como a uma matança, e sim
Como a um trabalho sério. Tudo
Terão esquecido. Mas vocês
Nada deverão ter esquecido.

Vocês receberão aguardente na garganta
Como todos os outros.
Mas deverão permanecer sóbrios.


Bertolt Brecht

segunda-feira, 25 de julho de 2011

UM POEMINHA DE AMOR CONCRETO

da mesma forma que você dá o pão à mesa dá a mão um abraço da mesma
forma que você dá um aviso um acorde dá um choque um chute um salto da mesma forma que você dá uma carona um passo dá uma força um recado
da mesma forma que você dá uma bronca um tapa dá um duro uma gravata da mesma forma que você dá a luz uma ideia dá um gole uma festa da mesma
forma que você dá uma rosa um beijo dá uma bala uma moeda da mesma
forma que você dá boa tarde boa noite boas-vindas dá uma desculpa um tempo da mesma forma que você dá de cara dá de frente dá de ombros de bandinha da mesma forma que você não me dá a mínima não me dá ouvidos não me dá bola da mesma forma que você não dá o melhor de si eu dou o cu meu amor e daí.


Marcelino Freire

domingo, 17 de julho de 2011

NUESTRO PROPIO CIELO from Roberto Pérez Toledo on Vimeo.

LIBERDADE!

Escolha de um Amigo

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.



Não sei de quem é o texto.
Não é meu.

sábado, 16 de julho de 2011

Se você acha o que eu digo fascista
Mista, simplista ou anti-socialista
Eu admito, você tá na pista
Eu sou ista, eu sou ego
Eu sou ista, eu sou ego
Eu sou egoísta, eu sou,
Eu sou egoísta, eu sou,
Por que não?

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Para além da minha eterna insónia, há coisas que me conseguem irritar monstruosamente.
'Você diz a verdade
A verdade é o seu dom
De iludir
Como pode querer
Que a mulher
Vá viver sem mentir' - Dom de Iludir por Caetano Veloso


Como? Uma mentirinha ou outra, para nos consolar ou para consolar a nós mesmos. Os outros? Eles que se iludam por meio das próprias mentirinhas e artemanhas; em meio de lençóis pouco sentidos ou só mesmo sentidos lá por baixo. Isso mesmo: lá em baixo, naquela zona que os bem educados não ousam referir nos textos. Nos genitais, porra! Eles que se tentem consolar sozinhos. Gente desesperada por sentir-se amada a qualquer curto agora é descartada do meu baralho. Não é por falta de amor para dar, sabe? É que receber também é bom.
Ainda hoje meditava sobre infortúnios cardio-pulmonares e não cheguei a conclusão nenhuma que valha a pena citar. Lamento ter-te feito ler a frase inteira.

Mudou Como?

Tudo mudou. Homens, coisas e animais mudaram de lã ou de pele. As palavras já não são as mesmas do tempo em que estudávamos gramática com os olhos míopes das professoras. Nádegas e pernas das mestras -- objeto direto do nosso desejo -- ofuscavam o interesse pela didática. Olho o mundo de todos os ângulos possíveis e tudo me parece oblíquo. É a civilização globalizada, a cultura de massa, a sagração do factóide, a fragmentação dos idiomas. Corta-se a palavra em frações microscópicas. A vida, o amor, a morte, a realidade:
tudo agora virou fast food.




Sobre o autor:
Cearense, Francisco Carvalho nasceu em 1927 em São Bernardo das Russas, interior do Ceará. Poeta e ensaísta, é conhecido por seu valor literário e reverenciado pelos mais diversos críticos do país.

minha orixá de cabeça.

Iansã, fruto da violação de Yemanjá pelo seu filho Orungan, é uma guerreira poderosa, esposa de Ogum, é a orixá feminina mais turbulenta, mas a mais querida do Candomblé.
É a orixá dos Ventos e dos Raios, sendo a padroeira das tempestades. Deusa da espada de fogo, é Rainha dos Raios, dos Ciclones, Furacões, Tufões e Vendavais. É mãe dos Eguns, é ela quem guia os espíritos, é a Senhora dos Cemitérios juntamente com Omulu, é a Deusa da Morte. Iansã é o vento, a brisa que alivia o calor, mas é de igual modo o calor, pois simboliza o Fogo, a brisa quente, o tempo abafado. É a lava vulcânica destruidora, o incêndio, a devastação pelas chamas.
Ela é a orixá dos amantes, é quem faz os nossos corações baterem com mais força e afundar a mente nos pensamentos mais profundos, mais ousados e desesperados. É a orixá da provocação e do ciúme doentio, da inveja, do fascínio enlouquecido. É a disputa de ser amado, da falta de medo das consequências de um acto impulsivo, é a vontade de trair, de amar livremente; Iansã é a regente do amor forte e violento.
Senhora dos Raios, e a beleza deste fenómeno natural é o seu poder, a sua electricidade, Iansã está presente no simples acto de acender uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque eléctrico, a energia geradora, viva, pulsante e vibrante.
Ainda que fora esposa de Xangô, Iansã envolveu-se com quase todos os orixás masculinos, foi paixão de Ogum, com quem acabou por casar, de Oxaguiam, de Exu, seduziu Oxossi, Logun-Edé e tentou, em vão, um romance com Obaluaê. Iansã é astuta, inteligente e comanda as armas da sedução com mestria.
Iansã é a Dona da Aliança e actua em todos os campos que envolva o relacionamento amoroso, e a orixá mais solicitada para o resolver de casos de união. Impetuosa e vaidosa, é veloz de pensamento, alegre e tem traços de personalidade forte. De carácter animado e feliz, tem uma forte capacidade de adaptação, rege a paixão, os apaixonados e os sentimentos fortes e audaciosos. É a aplicadora da Lei dos humanos levados pelos vícios, sendo o seu campo de preferência o lado emocional, Senhora da Tarde e controladora dos ventos, contudo sua origem está nas Águas, possuiu o poder da Fertilidade e da Procriação, é uma força negativa e activa, completando o seu amante Ogum, que é positivo e passivo.
Esta orixá tem grande influência nos campos da justiça, onde é extremamente activa. Uma das suas atribuições é colher os seres criminosos e redireccionar as suas energias para campos mais produtivos. Apesar de todo o seu sentido de justiça, é uma orixá que não acata ordens ou desaforos, ela é a Imperatriz, a mulher que governa, a poderosa guerreira que não fica no lar, vai à guerra combater e vencer.
Iansã é uma mulher de temperamento forte e autoritário, de comportamento dominador e impetuoso, livre, mas extremamente sensual e poderosa. Possui um magnetismo pessoal muito forte não se deixa abater por disputas, guerras ou problemas. É, igualmente, a orixá da Paixão. A paixão violenta, que cria sentimentos de loucura, que cria a luxúria e o desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o orgasmo, o êxtase.

Características do orixá Iansã:
Dia da Semana: Quarta-feira
Cores: Castanho avermelhado, Coral.
Símbolos: Espada de cobre, Chifre de búfalo, Adaga.
Elemento: Fogo.
Plantas: Manga, Maçã, Pitanga.
Animais: Cabra amarela, Coruja rajada.
Metal: Cobre.
Comidas: Batata-doce frita, Opeté (espécie de bolo) de batata-doce, doce de batata, Acarajé de feijão miúdo.
Bebidas: Champanhe.
Sincretismo: Santa Bárbara.
Territórios: Floresta, Cemitério, Encruzilhada, Pedreira.
Domínios: Tempestades, Paixão, Magia, Adaptação.
Características: Poderosa, Guerreira, Sensual, Autoritária, Força, Destemida, Beleza.
Ocupações entanto orixá: Ajudar na mudança, nas transformações, no Amor, na libertação de Paixões e na Coragem.
Quem é enquanto orixá: Orixá dos Ventos, dos Raios, das Tempestades, da Paixão humana, da Traição, do Amor desmedido e Guia dos Espíritos.
Saudação: Epa Heyi, Iansã!

Filhos de Iansã:
Extremamente competitivos, os filhos de Iansã têm a tendência de ver guerra em todas as situações, já que esta é uma orixá guerreira e poderosa. São agressivos e dados a ataques de cólera repentinos, pois preferem grandes batalhas dramáticas ao quotidiano monótono, portanto vivem coleccionando brigas. Mas ao contrário dos filhos de Ogum, os filhos de Iansã são mais individualistas, tendo a opinião que com a coragem e a disposição para a batalha, irão vencer todos os seus problemas. Tendo, assim, menos tendência às brigas sistemáticas como têm os filhos de Ogum.
Inconstantes: são pessoas que procuram transformar consecutivamente a sua vida, numa busca desenfreada tanto por prazer como por riscos. Tal como esta orixá, os seus filhos também modificam todo o rumo da sua existência por uma paixão ou por um ideal. Faz parte da natureza dos filhos de Iansã serem os militantes políticos não cerebrais por excelência: ao mesmo tempo que rompem com uma ideologia, abraçam outra, mergulhando de cabeça num novo território do conhecimento. O mesmo acontece com inclinações religiosas, podem modificar tudo o que defendem de modo radical em qualquer momento da sua vida. Mas do mesmo modo que revirou a sua vida, no momento seguinte já se pode arrepender e inverter a situação.
Livres e independentes, não se preocupam com a opinião alheia formada acerca deles próprios. Amam e respeitam a Natureza, adoram viajar, são extrovertidos e apreciam diversões. Audaciosos e poderosos, são autoritários como esta orixá, não aceitam afrontas e encaram cada desafio como uma batalha.
Todas as actividades que envolvam criatividade e imaginação são indicadas para os filhos de Iansã e têm grande capacidade de ganhar dinheiro, os seus investimentos produzem lucros e lhe garantem segurança financeira. Para manter um filho deste orixá saudável e tranquilo é necessária muita actividade, pois parado irá ficar frustrado, deprimido, impaciente e irritado. Para estas pessoas é essencial sentirem-se produtivos.
São pessoas que sabem quem são e que têm um grande domínio sobre a sua própria personalidade, conhecem os seus defeitos e as suas qualidades e não se deixam levar por elogios vãos. Mas a sua sinceridade e franqueza conseguem tornar-se insuportáveis, e são pouco confiáveis, na medida em que os factos mais insignificantes provocam neles reacções exageradas de cólera, destruindo tudo com o seu vento forte e arrasador e não há ética que segure um filho de Iansã quando estão tomados pela fúria. Todas estas características tornam difícil o relacionamento prolongado com estas pessoas.
Os filhos de Iansã não perdoam traições, ainda que tenham tendência para trair, e sempre se tornam vingativos para os que lhe são desleais, mentirosos ou trapaceiros. Não perdoam com facilidade e não são benevolentes, são pessoas rígidas nas suas atitudes e inflexíveis nas suas opiniões. Os seus ciúmes são terríveis, e é preciso muita coragem para os enfrentar. Quando é magoado ou traído, um filho de Iansã não demonstram os seus sentimentos e disfarçam as suas emoções através de um comportamento frio e distante.
Seu olhar é atento e os seus corpos são geralmente fortes e bem constituídos, emanando vitalidade e sensualidade. Não são dados a conversas, não têm gestos bruscos, aparentam ser totalmente equilibrados. Mas esta calma é apesar um engodo, e a qualquer momento poderá vir uma poderosa e devastadora tempestade, pois no interior os filho de Iansã, tal como este orixá, estão em permanente ebulição.
A saúde de um filho de Iansã é boa, contudo os pontos fracos nas mulheres são o útero e os ovários, e os dos homens são a bexiga e a uretra. Têm tendência aos problemas de fígado, o que faz com que tenham de se afastar de alguns dos seus alimentos favoritos. Contudo, o seu poder de recuperação é surpreendente e é capaz de reverter um quadro de doença somente com a sua força de vontade, é a força que Iansã oferece aos seus filhos, o poder da Cura através da Mente. São também susceptíveis a problemas nas pernas, tornozelos, costas, coluna e ao aparecimento de varizes, devido às suas intensas actividades físicos. Depressão é uma doença que também ataca profundo nestas pessoas, assim como são muito vulneráveis a acidentes com fogo.

Lado Positivo
Os filhos de Iansã possuem uma força de vontade e uma determinação invejável, não há nada que eles decidam fazer que não o consigam, não há obstáculos que os consigam deter e nem inimigo capaz de os derrubar. A sua determinação sempre supera todos os problemas que surjam ao longo da sua atribulada existência.
A franqueza destas pessoas é sempre verdadeira e nunca dirão coisa alguma somente para agradar, eles desprezam falsidades e mesquinhices. Os seus elogios são verdadeiros, as suas críticas são decisivas e as suas opiniões directas, eles não gostam de rodeios em questões de grande importância e são impacientes. De modo geral, são amados ou odiados. São pessoas afectuosas e apaixonadas, embora tendem a ter dificuldade em demonstrá-lo.
Adoram estar sempre apaixonados, e passam sua existência a saltar de paixão em paixão, a Paixão é a mola que impulsiona a vida dos filhos de Iansã, eles são extremamente fiéis e consideram a fidelidade algo muito crucial. Há alguns que saltam de relação em relação, coleccionam affairs, procurando incansavelmente a pessoa certa, mas são raros. Amorosos e sensuais, querem alguém com temperamento educado, cortês, amável, encantador e romântico ao seu lado, que consigo equilibrar as suas maneiras violentas, que seja capaz de aparar as arestas que eles vão criando, que seja pacificador dos seus ataques de cólera e que consiga neutralizar os excessos que os filhos de Iansã comentem, não deve ser uma pessoa muito dócil, nem uma pessoa intimidadora.
Dotados de grande coragem, não têm medo de quase nada, nem mesmo da Morte e nas situações de perigo, conseguem sempre pensar com frieza e agir com rapidez. São, igualmente, pessoas dotadas de um profundo poder de observação, o que não dá para enganar ou esconder algo destas pessoas.
Apaixonados, corajosos, fortes, francos, fiéis, são pessoas racionais, observadoras, com grande vontade, determinadas e com capacidade de superar problemas.

Lado Negativo
São demasiado autoritários e exageradamente competitivos, em todas as situações vêm afrontas e ameaças, o que os leva a uma atitude brusca e com tendência a intimidar os seus rivais com a violência verbal. Impulsivas, e se são pessoas de temperamento cordial e tranquilo, quando furiosas não medem as palavras e conseguem ser estupidamente grosseiras, nada fica por dizer ou fazer quando um filho de Iansã é provocado. A sua cólera é igual à deste orixá: violenta e assustadora, são pessoas que não suportam ser contrariadas.
São pessoas demasiado dramáticas e exageradas, com tendência à instabilidade, também tendem a gastar a sua energia com pormenores insignificantes, que para outros não significariam nada, mas que para os filhos de Iansã significam tudo. Daí resultam os seus comuns acessos de cólera, que são imprevisíveis e podem ocorrer em qualquer lugar. Como desejam ser amados por todos, sempre que contrariados há um grande choque emocional e a sua característica cólera explode, esta tendência é muito marcante na relação com os seus filhos, que mais tarde se irão revoltar contra tantas oposições e impertinências.
Extrovertidos, chocantemente directos e sinceros, têm muita tendência para seduzir aleatoriamente. Por vezes, querem ser maléficos ou ruins, mas a longo prazo os filhos de Iansã mostram quais os seus verdadeiros intuitos. Têm tendência a desenvolver uma vida sexual muito irregular, pontilhada por súbitas paixões e atracções e com grande queda para as traições. No entanto, são extremamente ciumentos e possessivos, o que revela a sua hipocrisia: pois não perdoam traições, mas traem com frequência.
Se sua vida amorosa é inconstante e marcada por episódios sexuais e de traição, os filhos de Iansã são excelentes amigos, muito fiéis e dedicados. Mas a inconstância que se vive na sua vida amorosa também se transparece para a sua vida profissional, onde tem tendência a ocupar cargos de chefia e de trabalhos que envolvam finanças, pois é bom contabilista. Gosta de ser elogiado, mas não demonstra o seu agrado, contudo fica secretamente radiante.
Impulsivos, coléricos, inconstantes, briguentos, com tendência ao mau humor violento, autoritários, demasiado emotivos e manipuladores, estas pessoas herdaram todos estes defeitos de sua mãe, Iansã.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Um outro espaço recriado a fim de exorcizar os meus demónios.

Talvez por se tratar de mensagens positivas, os mantras de nada sirvam para algumas pessoas.E se forem pela negativa? É, vim desdizer, desexclamar, desintegrar e desfragmentar quem penso ser.
Bom proveito, sádico leitor!